Atualmente a realidade que impera dentro das organizações é a da sobrecarga de atividades, jornada de trabalho prolongada, ritmo acelerado, estresse e pressão por resultados cada dia maior. Com isso, o número de pessoas que apresentam algum tipo de sintoma psíquico vem aumentando a cada dia e, segundo dados do TRT, no Brasil os transtornos mentais são a terceira maior causa de afastamento do trabalho. Quando temos um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações ligadas ao trabalho, podemos suspeitar que estamos diante de um quadro clínico de Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional e, segundo o Ministério da Saúde a principal causa desta é o excesso de trabalho.
Em janeiro de 2022, o Burnout foi incluído pela OMS na 11ª revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11). De fundo emocional, o Burnout pode trazer graves problemas para a vida de uma pessoa, inclusive incapacitando-a para exercer suas atividades profissionais. Dentre os principais sintomas que podem indicar a Síndrome podemos relatar alguns como:
· Cansaço físico e mental excessivo;
· Dor de cabeça frequente;
· Alterações no apetite;
· Insônia;
· Dificuldades de Concentração;
· Sentimentos de fracasso e insegurança;
· Negatividade constante;
· Sentimentos de derrota e desesperança;
· Sentimentos de incompetência;
· Alterações repentinas de humor;
· Isolamento;
· Fadiga;
· Pressão alta;
· Dores musculares;
· Problemas gastrointestinais;
· Alterações nos batimentos cardíacos.
Em situações mais severas pode se desenvolver um quadro depressivo grave levando a necessidade de internação para uma avaliação mais detalhada e possíveis intervenções médicas.
Como o Burnout é uma doença desencadeada ou agravada pelo ambiente de trabalho, na prática isso repassa às empresas uma grande responsabilidade sobre a saúde de seus colaboradores, isso significa que as organizações precisam estar atentas, pois podem sofrer implicações legais e trabalhistas. Mas o benefício de se criar uma cultura de bem estar e qualidade de vida para os funcionários vai muito além disso, pois pessoas com problemas emocionais que podem se agravar para doenças mentais são menos produtivas, tem sua capacidade de foco e concentração reduzida e por isso ficam mais suscetíveis a cometer erros, tem sua energia reduzida e com isso sua motivação fica bastante comprometida.
Uma cultura empresarial que propaga boas condições de alimentação, práticas de atividades físicas regulares, técnicas de relaxamento e um cuidado com a saúde mental é certamente uma organização mais criativa, mais produtiva e mais lucrativa. É preciso abandonar o conceito de exploração do funcionário a qualquer custo. Essa mentalidade não tem mais espaço nos dias de hoje. As práticas modernas de gestão não condizem mais com esse tipo de pensamento arcaico. Empresas criativas e produtivas estão adotando todos os tipos de ferramentas para melhorar o ambiente de trabalho e funcionários qualificados não aceitam mais ambientes tóxicos e que acabam adoecendo os indivíduos que ali trabalham.
Com tudo exposto acima percebemos que as empresas precisam se atentar para esse problema sério que vem se tornando crônico no país. O ideal para se manter um ambiente saudável e próspero dentro das organizações é promover o bem estar e a qualidade de vida de seus colaboradores utilizando programas que contemplem a saúde física e mental de todos os envolvidos. Certamente o investimento nessas ações retornam para a empresa em forma de maior lucratividade, reconhecimento da marca e um ambiente de trabalho favorável a criatividade e inovação.
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